O 'professor'

Hoje de manhã fui surpreendido com mais uma lição do 'professor': a falta de respeito. Estávamos junto ao centro de saúde da Várzea de Sintra. O ministro da saúde falava aos jornalistas. O 'professor' afastou-se das câmaras e eu tentei fazer-lhe uma pergunta sobre um dos anúncios do ministro. Resposta: "Não digo nada. Pergunta ao Ministro" (Não. Não somos amigos, mas o 'professor' gosta de tratar os jornalistas por tu). Voltei à confusão e tentei questionar Correia de Campos. Não consegui… Os outros jornalistas insistiam nas perguntas sobre Faro e Anadia. No final, abordei o ministro enquanto ele caminhava ao lado do presidente da junta local para uma curta visita à autarquia. Caminhávamos apenas nós os três. Pedi-lhe pormenores sobre o dito anúncio. "Não tenho mais nada a adiantar. Tem de perguntar ao presidente da câmara", responde. "Pois", digo-lhe, "mas ele mandou-me falar consigo". O ministro reage com alguma surpresa e prepara-se para adiantar qualquer coisa. De súbito, aparece o 'professor', dá-me um encontrão e coloca-se entre mim e o ministro:
- O que estás a fazer? - Pergunta.
- O que me mandou: perguntar ao ministro – Respondo.
- Sobre o quê?
- A Melka, claro… - Esclareço pacientemente.
- Sobre a Melka? Boa tarde! – Diz jocosamente.
Resolvi insistir perante o ar surpreendido do ministro, que não percebia o que se estava a passar e limitava-se a sorrir. "Alguém tem de responder", volto a insistir...
- "Sou eu que decido a Melka!", exclama o 'professor'.
E aí percebi: à semelhança de outros dossiers, acabava de cair mais um manto de silêncio sobre este. Voltei para trás e apercebi-me que o colega da Lusa assistia incrédulo à placagem do 'professor'. Nada que nos surpreenda, infelizmente. O 'professor' Seara começa a habituar-nos a estas tristes lições.