O desafio era simples: "percorra Lisboa e descubra uma situação que lhe agrade e seja susceptível de constituir um bom motivo para um texto jornalístico". O resultado foi este, um pouco curto, mas entregue dentro do prazo apesar da ressaca...
«A carripana do Fado»*
A melodia das guitarras portuguesas ecoa até meio da rua do Carmo, no coração de Lisboa. Por vezes ouvem-se vozes conhecidas, de fadistas. A carripana verde está estacionada há anos um pouco antes dos antigos Armazéns do Chiado. Dentro deste quiosque com rodas estão algumas dezenas de CD's, maioritariamente de Amália Rodrigues.
Hoje não havia a tradicional "concorrência" dos pedintes, músicos e vendedores que fazem daquele local o seu posto de trabalho. Apenas a menina da perfumaria em frente, de frasco na mão, competia pela atenção das poucas pessoas que subiam e desciam a rua.
No Lisboa - Cidade do Fado vende-se sobretudo para turistas europeus. "Mas o negócio está péssimo", desabafa Nuno Samora, que ali trabalha há já 12 anos. Amália é a fadista mais procurada e a que mais vende, mas "muitos estrangeiros perguntam também por outros nomes que já são conhecidos internacionalmente". Como a cantora Mariza, cada vez mais popular, por cá e lá fora.
Nuno trabalha para a Fundação Manuel Simões, uma instituição dedicada à divulgação da música portuguesa. O frio de Janeiro não convida a grandes paragens e, talvez por isso, o "pedido" estampado na viatura seja respeitado: "Silêncio, cantam guitarras". E o Nuno lá continua à espera de turistas e à conversa com um amigo que lhe foi desejar um Bom Ano.
L.G. [*título posterior ao trabalho]
Avaliação: "Vale pela simplicidade e pela concisão. Globalmente positivo. H.S."
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